Autor: Bruno Corsino.
Temos visto ao longo dos anos, muitas inovações na indústria, no comércio e nos serviços. Automatizamos respostas, fábricas, equipamentos, produtos e … humanos, afinal trabalhamos da mesma forma desde a Revolução Industrial, e ficamos bons nisso. Afinal, cada setor define sua forma de trabalho e ir contra isso é considerado “pecado”.
Mas apareceu 2020, o ano que não aconteceu, mostrando que o modo de pensar “automático”, está sendo colocado no banco dos réus, e infelizmente ainda possui muitos adeptos, parecendo inúmeras religiões quando estavam perto do fim. Líderes sendo questionados e cobrados por respostas que não existem, colaboradores que parecem “à deriva” pois seguem o que é demandado sem questionar a forma de trabalho, e os resultados? Esses foram empurrados para o ano que vem.
Entretanto já percebemos vários faróis no fim do túnel, e estes não estão focando em novas ferramentas ou inovações para deixar “tudo automático”, estão apontando no resgate da confiança nas pessoas e no poder de transformação que o ser humano é capaz de gerar. Arquivistas ajudando gestores na interpretação dos dados gerados nas empresas, Analistas de Sistemas trabalhando lado a lado com fazendeiros na área rural, Gerentes de Projetos entendendo a realidade e adaptando o trabalho de Recursos Humanos.
Este período está expondo que usar o modelo de “Receita de Bolo”, onde trabalhar com pessoas para ajudar pessoas, gera mais valor institucional, intelectual e social do que exigir profissionais que atendam a uma série de requisitos, muitas vezes não necessários para as atividades que irão desenvolver. Ou seja, o foco principal deve ser mais a valorização do “ser humano” com seus conhecimentos e experiências do que seus títulos.
A vida é um ciclo, onde cada passo dado deixa experiências, portanto aprenda com o passado (acertos e erros cometidos, documentados ou não), execute no presente e não se imobilize (pense grande, erre pequeno, aprenda e ensine sempre), e busque possibilidades para o futuro. Não podemos esquecer nossas histórias, pois são por meio delas que podemos inovar e construir um caminho melhor.
Se após essa leitura ainda tiver dúvidas sobre o conflito “Títulos x Experiências”, de tempos em tempos e com pessoas diferentes, pergunte a alguém mais novo (a), da mesma faixa etária e com mais idade que você “Como você faria um bolo (ou qualquer outro prato)?” e deixeos responder, acredito que irá se surpreender com as respostas.
Quando estamos na frente de um abismo, dar dois passos para trás pode significar seguir em frente.
Sobre o autor
Arquivista e Pós graduado MBA em Gerenciamento de Projetos e Membro do Comitê Público da ANPPD – Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados.
Área de Atuação: Organização de Acervos, Digitalização, Microfilmagem, Gestão Documental, Instrutor, Coaching Arquivístico e Gestão de Arquivos Públicos, Privados e Pessoais.
- Membro do Instituto de Gerenciamento de Projetos – PMI, desde Março/2018
- Membro ANPPD® – Associação Nacional dos Profissionais de Proteção de Dados