O gerenciamento de projetos eficaz requer fortes habilidades de liderança. As abordagens tradicionais insistem nas diferenças entre gestão e liderança. Se a gestão é considerada uma questão de controle, status quo e contagem de valor, a liderança é considerada uma questão de inspiração, mudança e inovação. No entanto, a diferença entre gestão e liderança diminuiu consideravelmente devido a duas megatendências.
1. VICA (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambigüidade)
Pense na interrupção da pandemia COVID-19 e nas formas ágeis pelas quais as organizações tiveram de responder às mudanças em tempo hábil. Mesmo antes da pandemia, o ritmo de mudança em tecnologia e inovação de mercado ultrapassou a estabilidade das organizações que buscam o status quo. A administração é freqüentemente vista como uma preservação do status quo, enquanto a liderança caracteriza a mudança. Mostre-me um gerente que não teve que flexibilizar ou liderar mudanças em sua equipe ou organização durante a pandemia; Eu vou te mostrar um gerente fracassado. No mundo VICA, os gerentes podem ter sucesso apenas quando também desempenham funções de liderança.
2. Ascensão da Economia do Conhecimento
Criação, curadoria e implantação eficaz de novos conhecimentos tornaram-se componentes essenciais das organizações modernas. Isso não se restringe apenas às indústrias do setor privado, mas também em configurações público e sem fins lucrativos. A economia do conhecimento e trabalhadores de conhecimentos também sobreviveu e prosperou na pandemia. A pandemia forçou até mesmo empresas tradicionais, como varejo e restaurantes, a confiar mais na cadeia de suprimentos e sistemas de distribuição habilitados para tecnologia. Os trabalhadores do conhecimento estão posicionados de forma única para o trabalho virtual porque seu trabalho era facilmente “remoto” e eles eram ágeis em suas abordagens de absorção de conhecimento e novas formas de trabalhar. Seu trabalho também pode ser dividido em metas de desempenho que não estão vinculadas a um lugar ou tempo. Existem mais de 1 bilhão de trabalhadores do conhecimento no mundo! Finalmente, muitos trabalhadores do conhecimento buscam mobilidade e autonomia; eles preferem um mundo virtual ou híbrido de trabalho.
Portanto, embora o gerenciamento de projetos seja tradicionalmente focado em apoiar, controlar e orquestrar, eu ofereço uma proposta contra-intuitiva, pedindo aos gerentes que abrir mão ao invés de inclinar-se. Uma palavra de cautela: abrir mão não é remover toda a responsabilidade, mas desenvolver a confiança em sua equipe e trabalhadores.
Abrir mão requer confiança. O mundo virtual e híbrido requer autonomia, auto-organização e locus interno de controle entre trabalhadores e membros da equipe. Quando é sempre conduzido externamente por meio da inclinação para dentro, ele coloca muita pressão performativa do que o verdadeiro aprendizado ou mudanças internas na propriedade. Abrir mão envolve o desenvolvimento de uma verdadeira responsabilidade devido ao propósito coerente, compreensão clara das funções e suporte e recursos apropriados. Quando não podemos ficar de olho em seus trabalhadores ou membros da equipe, precisamos aprenda a confiar neles. A confiança também requer respeito e honrar a dignidade de seu povo.
Abrir mão remove o estresse. Inclinar-se para fora como um modo primário de liderança é uma receita para o estresse no trabalho e questões relacionadas. Mais de 40% dos funcionários relatam esgotamento. 23% relatam depressão. Milhões de americanos deixaram seus empregos nos últimos meses, levando ao termo a Grande Renúncia. O estresse no trabalho afeta negativamente os trabalhadores, suas famílias, seus empregadores e a sociedade como um todo. A pandemia apresentou uma oportunidade para reavaliar nossos estilos de gestão e liderança. A pandemia também ilustrou a necessidade de liderança empática e a necessidade de os líderes terem inteligência estratégica em saúde, além de inteligência emocional e social. Uma força de trabalho autônoma e confiável que nem sempre está estressada e esgotada é uma força de trabalho saudável. Isso está se tornando um fator essencial para a retenção de talentos. Também é essencial para os líderes reduzirem seu próprio estresse e priorizarem sua saúde.
Abrir mão leva você para dentro. A maior parte do trabalho de liderança é focado no exterior: inspirar pessoas, estabelecer metas ou visão audaciosas, ajudar pessoas, apoiar pessoas, fornecer recursos. A ideia é que o líder individual seja capaz de fazer tudo isso sem prestar atenção aos seus próprios processos ou necessidades internas. Abrir mão envolve abrir mão de nossas noções preconcebidas sobre trabalho, expectativas sobre perfeccionismo – de si mesmo e dos outros – e desenvolver um senso de proporção e perspectiva sobre o próprio trabalho no contexto da vida.
Stephen King escreve: “Começa assim: coloque sua mesa em um canto e, toda vez que se sentar lá para escrever, lembre-se de por que ela não está no meio da sala. A vida não é um sistema de apoio à arte. É o contrário.” Da mesma forma, a vida é um sistema de suporte para o trabalho. Crie espaço para reflexão pessoal e reflexão em grupo para cultivar empatia e coerência.
Inclinar-se é individualista; abrir mão é coletivo. A pandemia não apenas mostrou o quanto valorizamos a sociabilidade e a camaradagem de nossas interações no trabalho, mas também o quanto precisamos que cada um prospere e floresça. Acima de tudo, a liderança para o gerenciamento de projetos não se trata apenas de definir, monitorar e avaliar o cumprimento de metas individuais, mas também de facilitar a realização coletiva.
Ao unir esforços e resultados individuais de forma orquestrada, mas sem esforço, um líder eficaz oferece sucesso. Por sem esforço, quero dizer, as coisas precisam ser contínuas e transparentes para que se saiba onde começa e termina e como seu trabalho contribui para o projeto geral e como eles podem apoiar, elevar e ficar em jogo com seus colegas de trabalho e companheiros viajantes no projeto.
Isso é especialmente crítico no trabalho virtual e híbrido, quando não necessariamente passamos nossos dias de trabalho juntos em um tempo e lugar compartilhados que permite vários check-ins e correções de curso ao longo do dia. De acordo com Erica Dhawan, este mundo requer um conjunto diferente de habilidades em que ler com atenção é a nova escuta, escrever com atenção é a nova empatia e um telefonema vale mil e-mails.
Tradução: Fabrício França
